Entenda os critérios de classificação funcional para participar da Paraolimpíada
- Anderson Ribeiro
- 13 de mar. de 2016
- 2 min de leitura
Saiba como é feita a avaliação dos atletas e os significados das nomenclaturas.
O técnico da Seleção Brasileira Paralímpica de Futebol de 7, Paulo Alberto Cabral, fala sobre deficiência e suas classificações. E explica, ainda, como funciona para o atleta participar das diversas categorias no esporte.
A seleção brasileira conta, atualmente, com 16 atletas com paralisia cerebral. Cabral explica que os jogadores são classificados em quatro classes: C5 (dificuldades ao andar e correr), C6 (problemas no controle e coordenação dos membros superiores), C7 (atletas com hemiplegia) e C8 (deficiências mínimas). Uma das regras é que todos os times devem atuar com, pelo menos, um jogador enquadrado nas duas primeiras classes, que geralmente é o goleiro. No entanto, muitas vezes, o atleta acaba mudando de categoria.
O profissional esclarece que cada jogador necessita de uma classificação funcional, que irá determinar o grau de deficiência do atleta. Estas classificações são obtidas após a participação em torneios mundiais. “Pelo menos dois jogadores, que estão na seleção hoje, começaram nos jogos escolares. Além disso, a ANDE realiza competições para escolher os melhores para representar o país”, conta.
O técnico garante que se sente em casa na seleção paralímpica, e que nunca pretende se desligar da equipe. “Um dia não vou mais fazer parte da comissão técnica, porém sempre vou estar ligado de alguma forma à seleção”, salientou.
A seleção permanece na cidade até o dia 29 de março. Após, a equipe irá participar do torneio pré-paralímpico de Barcelona, que será realizada entre o final de abril e início de maio. A disputa serve como aquecimento para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. “Finalmente chegamos ao nosso ano mais esperado. Sabemos das nossas responsabilidades e teremos o país inteiro a nosso favor. Mas não podemos esquecer que a busca por uma medalha é árdua. Foi preciso abrir mão de muitas coisas, para que no final tenhamos a satisfação de ver que todo o esforço valeu a pena. Será o primeiro ouro da história da seleção paralímpica de futebol sete nesta competição”, concluiu o técnico.
Receptividade em Bagé
O técnico relata que está muito feliz com a recepção da população bageense. “Já passamos por diversas cidades e nunca vi nada igual. Isto é muito bom para o ego de nossos atletas. Muitas vezes eles se sentem desvalorizados, em relação aos jogadores da seleção convencional. Infelizmente ainda existe preconceito”comentou.
Cabral comenta que em cidades maiores, como o Rio de Janeiro, as pessoas perderam alguns valores como a solidariedade. “Os jogadores paralímpicos são iguais ou melhores que os outros, pois lutaram muito para estar aqui. Além disso, superam suas dificuldades todos os dias. Eles merecem valorização e o povo de Bagé está contribuindo muito com isso”, garantiu.
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